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Jogando Luz nas Sombras

27/07/2023

 

Não vá você levar um farol a um mundo de sombras.

No máximo, lance por lá um pouco de luz,

 

e quem quiser luz seguirá rumo ao farol.”

 

Augusto Branco – poeta e escritor brasileiro

 

Jogar luz nas sombras não é uma tarefa delicada. Na arqueologia de nós mesmos, é uma das jornadas mais complexas, onde demanda escavação contínua e dores nos punhos, pois são nas sombras que encontramos os fósseis inconscientes e menos explorados da nossa personalidade. Esses aspectos incluem desejos, impulsos, memórias reprimidas, instintos e características negativas que a pessoa não reconhece ou nega em si mesma.

 

Sim, na sombra há uma negação sobre o que se é de verdade. E qual é a verdade? Essa verdade construímos por toda a nossa vida e representa a parte oculta, muitas vezes negada, de nós mesmos. Quando a sombra emerge, há uma emergência em reconhecer e integrar a sombra, o que é essencial para o desenvolvimento pessoal e a individuação, que é o processo de tornar-se um indivíduo completo e autêntico.

 

E o que acontece se não integrarmos as nossas sombras? Ao negar a sombra e reprimir seus aspectos, corremos o risco de projetá-la em outras pessoas, ferindo nosso relacionamento e corremos o risco de acreditar apenas em partes numinosas nossas, e nos levando para um lugar de profundo engano, onde somos apenas luz e bondade.

 

Para isso devemos confrontar nossas sombras, compreende-las em sua essência, identificar do que estamos nos defendendo, aceitá-las e trabalhar para integrá-las em nossa personalidade consciente de forma íntegra, ou seja, por inteiro. Somente ao lidar com a sombra de forma consciente e construtiva podemos alcançar o balanço de si.